É cedo... É sempre assim, começo. Mesmo quando o rio corre, o vento sopra, o som retine e o frio e o calor são maniqueistas. A tarde espera amanhã, o medo ergue a coragem, a distância é aqui, ali é impossível. O dormir são as asas da borboleta, o império é uma criança, a cabeça inclina, a lágrima pesa, o piano é antigo. O rosto é conhecido. É cedo, é sempre assim. O formigueiro é a formiga, o mar é a gota; Deus mendigando. As palmas não aplaudem, o livro sepulta a voz, a voz ressuscita no dia glorioso, a hora é todo dia. O dia é tantos anos, e tudo foi tão pouco. É cedo, é sempre. Saudade, raiva, bondade, raiva, segurança, raiva, afago, raiva, carinho, raiva, esperança, raiva. É cedo. É. Algo que sei, quando não se lembra. A última página. O último momento. A tinta, é cedo, te espero em breve, te entendo, me compreendo, adio, atenuo. Abrando-me, falto-me. É assim, agora, nunca mais, nunca é demais. Na medida. É cedo. É sempre assim, começo... ~~EDEMILSON RIBAS~~